Cachorro

É possível tratar com sucesso o olho seco em cães?

O olho seco em cães, também conhecido como ceratoconjuntivite seca, é uma oftalmopatia muito comum na medicina veterinária de pequenos animais, sendo causa de cerca de 15% dos atendimentos.

Essa doença acomete principalmente os cães das raças braquicefálicas, como Shih Tzu, Lhasa Apso, Pug, Buldogues Francês e Inglês e Pequinês, devido aos olhos protuberantes. Porém, também é comum em Yorkshire Terrier, Cocker Spaniel, Beagle e Schnauzer.

A ceratoconjuntivite seca em cães é uma enfermidade que tem algumas causas já conhecidas. Grave e progressiva, ela compromete a visão. A doença é caracterizada pela diminuição da porção aquosa do filme lacrimal, que resulta em ressecamento e inflamação da córnea (a camada mais externa do olho) e da conjuntiva (mucosa que reveste o interior das pálpebras).

O deslizamento das pálpebras sobre os olhos fica comprometido, o que propicia infecções secundárias que levam à destruição dos tecidos envolvidos. Isso porque a doença torna ineficiente, ou até mesmo nula, a proteção dos olhos realizada pela lágrima. 

Além disso, a doença diminui a transparência da córnea, fazendo com que ocorra aparecimento de muitos vasos até uma mancha marrom ( pigmento), podendo causar cegueira.

Causas do olho seco em cães

As causas primárias mais comuns são a ausência ou a alteração da composição da produção lacrimal, a atrofia ou a inexistência da glândula lacrimal. Como causa secundária, temos as doenças autoimunes.

A ceratoconjuntivite seca também pode ser causada por outras doenças, como cinomose, toxoplasmose, doença do carrapato, diabetes mellitus, traumas na cabeça, hipovitaminose A, botulismo e algumas medicações também podem predispor a olho seco.

Animais idosos podem ter deficiência na produção da lágrima e, consequentemente, desenvolver o olho seco. Ele também pode ser causado por alguns medicamentos, como os derivados das sulfas.

Cherry eye

A ceratoconjuntivite seca pode ter origem iatrogênica (causada por um tratamento médico de forma não intencional) pela retirada cirúrgica da glândula lacrimal da terceira pálpebra. Essa cirurgia busca a correção do prolapso da glândula na doença conhecida como “Cherry Eye”.

Também chamada de olho de cereja, ela acomete mais filhotes que adultos e preferencialmente os cães de raças braquicefálicas, já citadas acima. Ela pode ter origem hereditária, e a causa mais comum é a frouxidão dos ligamentos que seguram esta glândula no lugar.

O sintoma característico do olho de cereja é o surgimento repentino de uma bolinha avermelhada no canto do olho próximo ao focinho, uni ou bilateral. Ela pode ou não incomodar o cachorro e causar vermelhidão no olho afetado.

Antigamente a retirada cirúrgica dessa glândula era realizada como tratamento do Cherry Eye. Porém, com o tempo, os animais foram desenvolvendo o olho seco, então os veterinários mudaram a forma de correção cirúrgica, evitando a ceratoconjuntivite seca.

Sintomas de olho seco

Os sintomas de síndrome do olho seco em cães têm evolução gradual e vão piorando ao longo de várias semanas. No início, os olhos ficam vermelhos e levemente inchados, com ou sem secreção purulenta (de cor amarela) que vem e vai.

Conforme a enfermidade avança, o olho perde o brilho, a conjuntiva fica muito irritada e vermelha, e a secreção purulenta fica permanente. Novos vasos podem crescer e manchas na córnea podem aparecer.

Úlcera de córnea

A úlcera de córnea no olho seco em cachorro ocorre com a progressão da enfermidade devido ao ressecamento dessa membrana e ao atrito dela com a conjuntiva. Ela pode se desenvolver também por autotraumatismo enquanto o cão tenta limpar os olhos.

Os sinais clínicos da úlcera de córnea são dor, inchaço e incômodo no olho afetado, lacrimejamento excessivo, sensibilidade à luz, olho semicerrado ou fechado e opacificação da córnea, além de o animal tentar limpar o olho com a pata de forma insistente.

O diagnóstico é feito por meio de um colírio que cora de verde a parte ferida da córnea. O tratamento usa colírios antibióticos e lubrificantes, colar elizabetano e medicação oral para a inflamação e a dor, além de tratar a causa da doença que, nesse caso, é o olho seco em cães.

Diagnóstico da ceratoconjuntivite seca

O diagnóstico da doença acontece por meio do chamado Teste de Schirmer, com tiras de papel estéreis, absorventes e graduadas que são colocadas no olho afetado. Elas medem a produção do filme lacrimal no período de um minuto.

Caso o resultado do teste esteja abaixo do esperado, o diagnóstico de olho seco em cães é positivo. Após o diagnóstico, o médico veterinário oftalmologista prescreve o tratamento.

Tratamento do olho seco

Após o diagnóstico, o tratamento é medicamentoso e, em alguns casos, cirúrgico. Os medicamentos usados visam restabelecer a umidade do olho afetado e tratar as infecções secundárias, inflamações e uma possível úlcera de córnea.

O Teste de Schirmer sempre se repete para avaliar a evolução do tratamento e da doença. Com a melhora do quadro ocular, medicamentos são retirados até que sobre somente o colírio para olho seco em cães, que tem uso contínuo.

A indicação cirúrgica é decorrente da ineficácia dos medicamentos no tratamento para olho seco. A cirurgia consiste na transposição do ducto parotídeo, direcionando-o para o olho, e a substituição da lágrima pela saliva (técnica pouco utilizada nos dias atuais).

Como é possível constatar, a ceratoconjuntivite seca é uma doença que tem diversas consequências que aumentam de gravidade conforme a doença avança sem tratamento.

Não deixe o olho seco em cães fazer seu amigo sofrer: procure ajuda o quanto antes. A Seres conta com uma ótima equipe de médicos veterinários oftalmologistas e está à disposição para atender seu peludo com muito amor. Procure-nos e se surpreenda!

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