Caudectomia é o procedimento cirúrgico que retira total ou parcialmente a cauda do animal. Muito praticada para fins estéticos em algumas raças caninas até o início dos anos 2000, foi proibida com essa finalidade em todo o Brasil pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária em 2013.
Isso porque houve um entendimento, por parte da sociedade e dos médicos-veterinários, de que a prática traria mais malefícios do que benefícios ao animal que tinha sua cauda cortada sem motivo terapêutico.
Antes dessa compreensão de que o pet é um ser senciente, ou seja, que tem capacidade de ter sensações e sentimentos, os cães tinham suas caudas cortadas por conta de padrões de beleza de algumas raças.
A lista de raças que passava pela cirurgia de amputação de cauda era extensa: Poodle, Yorkshire Terrier, Pinscher, Dobermann, Weimaraner, Cocker Spaniel, Boxer, Rottweiler, Pitbull, e muitas outras.
A cirurgia era feita com filhotes de até cinco dias de vida e o procedimento era extremamente cruento: o filhote tinha sua cauda cortada e ainda levava alguns pontos de sutura no local; tudo isso sem anestesia, pois, devido à pouca idade, acreditava-se que ele não sentia tanta dor.
O primeiro registro que existe no histórico de cortar rabo de cachorro ocorreu na Roma Antiga. Os pastores romanos acreditavam que, ao retirar uma parte da cauda dos cães até seus 40 dias de vida, eles preveniam a ocorrência da raiva canina.
Muitos anos depois, os cães de caça começaram a ter seus rabos cortados com a desculpa de que assim seriam menos feridos pelas suas presas ou, em caso de brigas, outro cão não teria como morder sua cauda. Essa teoria ainda é usada em alguns lugares do mundo.
Por fim, os rabos começaram a ser amputados por questões estéticas. Com o objetivo de deixar o cachorro mais bonito, alguns criadores cortavam os rabos e outras partes do corpo, como a orelha, determinando, assim, que os cães que não eram amputados não obedeciam ao padrão racial.
Então, algumas pessoas leigas, que tinham filhotes nascidos em casa e não queriam gastar para fazer a caudectomia com o veterinário, passaram a fazer o procedimento em seu domicílio, sem nenhuma experiência ou critério de higiene e cuidado.
Com isso, muitos casos de filhotes que morriam devido a infecções e sangramentos começaram a surgir, fazendo com que as autoridades veterinárias começassem a se sensibilizar com esses acontecimentos e a tentar inibir o ato.
Em 1998, foi promulgada a lei mais importante no Brasil no que diz respeito aos maus tratos com os animais. Trata-se da Lei Federal de Crimes Ambientais. Em seu artigo 32, ela ressalta que mutilar qualquer animal é crime federal.
Porém, de 1998 até a sua completa proibição, a caudectomia em cães com fins estéticos foi amplamente realizada em território nacional, tanto por médicos-veterinários quanto por alguns tutores e criadores.
Então, em 2008, o Conselho Federal de Medicina Veterinária proibiu as cirurgias estéticas de corte das orelhas, das cordas vocais e das garras do felino. Mas e a caudectomia? Até esse momento, ela era apenas não recomendada pelo mesmo conselho.
Finalmente, em 2013, a resolução nº 1027/2013 alterou a recomendação de 2008 e passou a incluir a caudectomia como procedimento proibido de ser realizado no Brasil pelos médicos-veterinários.
Assim, qualquer profissional que realize o procedimento de caudectomia para fins estéticos pode sofrer sanção profissional, respondendo por crime federal de acordo com a Lei de Crimes Ambientais de 1998.
As pessoas passaram a perceber que a amputação trazia sofrimento para os animais e que a caudectomia em filhotes era um ato cruel. A cauda, orelhas, latidos dos cães e garras dos gatos são extremamente importantes para a comunicação animal. Privá-los dessa expressão é uma forma clara de maus tratos, já que infringe a Liberdade Comportamental das Cinco Liberdades, princípios norteadores do bem-estar animal.
Não. A caudectomia terapêutica é autorizada. Trata-se da cirurgia realizada para tratar alguma doença: lesões repetidas e crônicas de automutilação, tumores, por dor (como na cauda em “S” invertido), fraturas, infecções resistentes, entre outras enfermidades.
Nesse caso, a cirurgia para retirada total ou parcial da cauda é feita com o animal totalmente anestesiado, em ambiente controlado e com o máximo de zelo para que complicações pós-cirúrgicas sejam evitadas.
Após o procedimento, o pet vai para casa com prescrição de medicamentos para dor, inflamação e para evitar infecções, pois trata-se de uma região de contato muito próximo ao ânus.
Por isso, recomenda-se que o pet passe por uma avaliação com um médico-veterinário caso necessite de uma caudectomia. No Hospital Veterinário Seres, os pacientes contam com uma estrutura única e profissionais especializados em cirurgias delicadas. Venha nos conhecer!
Embora haja muitas histórias lindas de amizade entre cães e gatos, a grande maioria desses…
Ter um coelho de estimação é sempre divertido, pois esses pets são realmente muito especiais.…
Os gatos já são animaizinhos conhecidos por não gostarem de beber muita água. Esse mau…
Um cachorro com manchas vermelhas na barriga é motivo de preocupação para muitos pais e…
É normal vermos os felinos se lambendo quase o dia todo, pois são animais muito…
Quando o tutor encontra o gato com a pata inchada, já tem a certeza de…