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Sarna sarcóptica: tudo o que precisa saber sobre a doença em cães

Você já deve ter ouvido a expressão popular “arrumando sarna para se coçar”. Pois é, ela faz referência à principal manifestação clínica da escabiose, ou sarna sarcóptica: o prurido (a coceira).

A sarna sarcóptica em cães é causada por um ácaro, o Sarcoptes scabiei, que passa com muita facilidade de um cachorro para outro. É importante ressaltar que ácaros não são insetos. Eles são parentes mais próximos das aranhas, mas, diferentemente delas, são microscópicos, ou seja, não podem ser vistos a olho nu.

Sarna sarcóptica: entenda o ciclo do ácaro

Os ácaros adultos vivem de três a quatro semanas na pele do hospedeiro. Após o acasalamento, a fêmea se enterra na pele, depositando de 40 a 50 ovos no túnel que escavou.

Os ovos levam de três a dez dias para eclodir, produzindo larvas que, por sua vez, se movem sobre a superfície da pele até se tornarem ninfas e adultos. Na derme, esses adultos acasalam e o ciclo recomeça com a fêmea escavando e pondo novos ovos.

As lesões da escabiose na pele canina

O movimento do ácaro dentro e sobre a pele é a causa dos sintomas da sarna. Além disso, a escavação das fêmeas provoca uma resposta alérgica na pele, que aumenta ainda mais a intensidade do prurido.

Os ácaros preferem a pele sem pelos e, portanto, as pontas das orelhas, o abdome e os cotovelos são as regiões onde eles costumam se concentrar. À medida que a infestação progride, no entanto, as lesões e a coceira tomam a maior parte do corpo.

Embora os ácaros possam viver em um hospedeiro por dias ou semanas, dependendo do estágio de vida, eles só são infectantes no ambiente por 36 horas. Mesmo assim, para evitar reinfestações, o ambiente deve ser limpo com desinfetante comum. O mesmo vale para roupas, brinquedos e caminhas, que devem ser lavados com água fervente.

A sarna em outros animais

Nos gatos, quando se fala em sarna, geralmente se está fazendo referência à sarna notoédrica, causada pelo Notoedres cati. Trata-se de um ácaro bem semelhante ao Sarcoptes scabiei e que acaba sendo combatido da mesma forma.

Em humanos, essas infestações costumam ser autolimitantes (desaparecem por conta própria), porque o ácaro não é capaz de completar o ciclo de vida no hospedeiro “errado”. Entretanto, enquanto dura, a doença coça bastante, sobretudo nas áreas onde a pele fica mais quente, como na altura da cintura da calça.

Lavar diariamente objetos e roupas de cama usados por um pet com o problema ou em tratamento da sarna sarcóptica é fundamental. A medida ajuda a reduzir o número de ácaros em contato com o animal e a controlar a infestação.

Diagnóstico da sarna sarcóptica

Geralmente, a infecção por ácaros é diagnosticada por um raspado da superfície da pele. O corte superficial é feito com uma lâmina de bisturi, que é examinada em um microscópio.

Se a presença do ácaro for confirmada, o diagnóstico está fechado. Porém, isso acontece apenas em cerca de 50% dos casos.

Portanto, não é raro que o médico-veterinário opte por tratar o animal como se ele tivesse sarna sarcóptica, ainda que o ácaro não tenha sido visto. Além disso, o especialista vai observar a evolução do quadro em duas a quatro semanas.

Tratamento da sarna sarcóptica

Embora seja difícil de diagnosticar definitivamente a sarna em sintomas perceptíveis, ela é bastante fácil de tratar. Há injeções semanais por até quatro semanas e diversos fármacos orais: Advocate, Simparic, Revolution, etc. Isso para citar apenas os que têm indicação em bula.

Pode acontecer também de o animal com sarna em tratamento precisar de algum remédio para ajudar a controlar a coceira. Além disso, o veterinário pode exigir antibióticos se as lesões tiverem sido colonizadas por bactérias.

Vale ressaltar que em uma casa onde a sarna sarcóptica foi diagnosticada, todos os cães devem ser tratados. Afinal de contas, é uma doença altamente contagiosa para a espécie. Portanto, se notar algum sintoma, não deixe de lavar seu pet ao veterinário.

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