Você já ouviu falar que os bichanos podem ter AIDS? Não é bem assim… Esse é um dos nomes populares dados a uma doença denominada imunodeficiência felina, a FIV! Ela é muito grave e merece uma atenção especial de papais e mamães e felinos! Veja o que a causa e como proteger o seu pet!
A FIV felina é causada por um vírus que pertence à família Retroviridae (a mesma família do vírus HIV). Embora tenha sido isolado pela primeira vez na Califórnia, na década de 80, acredita-se que o vírus causador da imunodeficiência circule entre os gatinhos há mais tempo.
Mas, afinal, o que é FIV? Antes de saber mais sobre a doença, é importante saber que FIV é a sigla de feline immunodeficiency virus, que é como é chamada a imunodeficiência viral felina em inglês.
Assim, quando se fala em FIV ou imunodeficiência dos gatos, faz-se referência à mesma doença. Trata-se de uma imunodeficiência adquirida (como a AIDS em humanos), que resulta da ação do vírus no organismo do gatinho. Mas atenção: ele NÃO é transmitido para as pessoas. Por isso, pode ficar tranquilo!
Voltando a falar da FIV em gatos, saiba que existem seis subtipos conhecidos do vírus causador da doença: A, B, C, D, E e F. Desses, o A e B são os mais frequentes, e há estudos que sugerem que o B seja menos agressivo do que o A. Além disso, existem fases da doença que são: fase aguda, fase assintomática e fase terminal. Cada fase deve ser interpretada e orientada pelo seu veterinário para seguir os cuidados necessários em cada uma delas.
Toda mãe e pai de pet quer logo correr para proteger o bichinho de estimação e, para que isso seja possível, é importante entender como o bichano pode contrair o vírus. No caso da imunodeficiência de gatos, a transmissão se dá de um animal para o outro, por meio de arranhaduras e mordeduras, principalmente durante brigas.
Por isso, os gatos machos, que não foram castrados e podem sair às ruas, têm mais chance de serem acometidos pela doença, porque disputam território e fêmeas com outros gatos. Há, também, a possibilidade de o filhote ser infectado durante a gestação, se a mãe estiver na fase aguda da doença.
O vírus se espalha pelo corpo e se replica nas glândulas salivares e nos linfonodos regionais. No geral, esse microrganismo prefere ocupar os linfócitos (células de defesa), e faz isso ao se ligar às proteínas que ficam na superfície do linfócito.
Depois que o pet foi infectado, a maior contagem de partículas virais em circulação acontece entre três e seis semanas. Nessa etapa, o animal pode apresentar alguns sinais clínicos, de forma discreta ou aguda.
Após isso, há uma queda na quantidade de vírus, e o bichano pode ficar assintomático por meses ou até anos! Esse prazo varia de acordo com a idade do gato acometido pela imunodeficiência. Também sofre alterações de acordo com:
Quando uma dessas situações acontece há outro pico de viremia e, se a doença entra na fase crônica, o número de linfócitos cai. É nesse momento que as falhas do sistema imune (de defesa) do animal passam a ficar evidentes.
Essa é a etapa de síndrome da imunodeficiência adquirida propriamente dita. O bichano fica suscetível a infecções oportunistas e chega ao estágio terminal da doença.
No começo, quando o pet está infectado há pouco tempo, ele entra na chamada fase assintomática, ou seja, sem sinal clínico, O bichano fica bem, como se não tivesse nenhuma doença. Às vezes, apresenta lesões em cavidade oral e aumento de linfonodos, mas que nem sempre são notados pelo tutor.
No entanto, quando a doença chega à fase crônica, a imunodeficiência felina tem sintomas que podem ser notados. Contudo, são sinais inespecíficos, ou seja, que se manifestam tanto na FIV quanto em outras doenças. Dentre eles:
Por fim, na fase terminal da imunodeficiência felina há complicações causadas por doenças secundárias, como:
Quando um animal possui a imunodeficiência de gatos, ele tem mais dificuldade em se recuperar das mais diversas doenças. Assim, podemos dizer que se os tratamentos não têm o resultado esperado, é comum que o médico-veterinário suspeite de FIV.
Nesse caso, o diagnóstico da imunodeficiência é feito não apenas pelo exame físico, mas também por exames laboratoriais, como o teste sorológico ELISA e pelo PCR que detecta o DNA do vírus nos linfócitos.
Cada um é recomendado de acordo com a fase da doença que o gato se encontra, podendo dar falso negativo dependendo do momento em que foi testado. Por isso, é muito importante isolar o gatinho de outros contactantes durante a fase de investigação do diagnóstico ou se a doença for confirmada, para evitar a disseminação e protegê-lo de outras infecções.
Além disso, é importante testar todos os gatinhos que convivem junto e, sempre antes de adotar um novo gatinho, consulte seu veterinário e faça os exames para garantir que não seja portador da doença e possa disseminar a doença para os outros companheiros.
Não há um tratamento específico e eficiente contra a doença. No geral, quando a imunodeficiência felina é diagnosticada, o médico-veterinário realiza o tratamento de suporte com antibióticos, soro, antitérmicos, suplementos vitamínicos e tratamento para as doenças oportunistas que aparecem.
Além disso, é necessária uma boa nutrição, evitar stress e controle de parasitas com antipulgas e vermifugação com visita regularmente ao veterinário para check-up controle da doença.
Potes de água, comida e caixa de areia devem ser trocados e lavados regularmente para evitar crescimento bacteriano e fúngico, já que os portadores são imunossuprimidos.
Embora ainda não tenha a vacina que proteja o bichano da doença disponível no Brasil, uma das maneiras de resguardá-lo é impedindo que saia à rua. Dessa forma, diminuem as chances de ele brigar e ser infectado.
Além disso, a castração também é importante, pois diminui as brigas por território, e o animal tem menos interesse em sair para disputar fêmeas no cio. A FIV e FeLV são duas doenças preocupantes e que merecem a atenção de todos os donos de gatos.
Por falar em FeLV, você a conhece? Descubra mais sobre essa doença, que também é causada por um vírus da família Retroviridae.
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