FeLV felina: conheça os principais aspectos da doença

O que é?
A FeLV felina é uma enfermidade infecciosa que acomete gatos domésticos e selvagens em todo o mundo. Foi descrita pela primeira vez em 1964, observada por microscopia eletrônica em células retiradas de um tumor no mesentério de um gato com linfoma. A leucemia em gatos acomete mais comumente os felinos machos, não castrados, que possuem acesso livre à rua. Também é comum em pets que convivem com outros gatos ou que vivem em locais de aglomeração de animais, como gatis e abrigos. Infecções concomitantes que causam imunossupressão, como a do vírus da imunodeficiência felina (Aids felina) e do Mycoplasma haemofelis (doença da pulga) também são fatores de risco para a leucemia felina. Atualmente, é considerada a mais importante doença infecciosa dos gatos — e somente deles. O vírus não acomete outros animais nem seres humanos. Dada à sua importância, cada vez mais os tutores têm buscado fazer os testes diagnósticos da FeLV em gatos. Os dados mais atuais mostram que 85% dos gatos FeLV positivo e infecção persistente possuem sobrevida de três anos após o diagnóstico. Porém, cerca de 70% dos gatos que entram em contato com o vírus são capazes de resistir à infecção por conta própria. O que vai determinar a progressão da doença no gato que entra em contato com o vírus é a resposta imune, a carga viral e a cepa do vírus, e a duração da exposição a ele. Agora você já sabe o que é FeLV em gatos! Fases de infecção da FeLV Após a infecção, existem várias possibilidades de desenvolvimento da FeLV felina. A infecção abortiva ocorre quando o gato tem uma resposta imune eficaz, e o vírus é neutralizado logo no começo da infecção, antes que atinja a medula óssea do hospedeiro. Esse felino tem altos títulos de anticorpos e resiste à infecção por tempo ainda indeterminado. Nos exames de sangue de detecção de antígenos ou viremia, esse animal não apresenta resultados positivos, somente na detecção de anticorpos. Caso o animal não tenha resposta imune adequada, a viremia ocorre, e os resultados do exame são positivos. No entanto, pode ser que depois ele consiga combater a doença antes que o vírus atinja a medula óssea, vindo a negativar no exame depois de 16 semanas. Trata-se da infecção regressiva. Por outro lado, na infecção progressiva, o vírus atinge a medula óssea em quatro a seis semanas após a exposição ao vírus. Este se espalha por todo o corpo do gato. Nesse caso, ele pode desenvolver as doenças relacionadas ao vírus. Já na infecção latente, o gato não adoece, e o vírus não é eliminado, ficando no DNA do pet. Somente o exame da medula óssea é positivo, nesse caso. O vírus pode voltar a se replicar e voltar para a latência, alternando entre estes estados, por toda a vida do gato, caso ocorra imunossupressão no hospedeiro.
Causas
O vírus da FeLV felina pertence à família Retroviridae, subfamília dos Oncoviridae e gênero Gammaretrovirus. É um vírus envelopado, ou seja, pouco resistente ao meio ambiente.
Transmissão
O gato com infecção persistente e que não apresenta sinais clínicos da doença é a principal fonte de infecção da FeLV felina. Em um mililitro de saliva, ele pode eliminar até um milhão de partículas do vírus. Sendo assim, o hábito do gato de banhar os companheiros e o compartilhamento de caixas de areia e potes de água e comida são os principais meios de transmissão da enfermidade. É possível ocorrer a transmissão via placentária, por meio do leite e nos cuidados maternos com os filhotes. A transfusão sanguínea também é uma forma de transmissão, daí a importância de se testar os doadores para a FeLV felina.
Sintomas
Os sintomas da FeLV são inespecíficos. Todos os gatos que apresentem quaisquer sinais de que algo está errado devem ser testados para a detecção do vírus como causa de base dos sintomas. Os sintomas mais comuns são falta de apetite, perda de peso, dificuldade de respirar e depressão. O vírus causa imunossupressão, e infecções recorrentes por outros microrganismos são comuns. Alterações neurológicas também podem ocorrer. Estomatite, icterícia e leucemia são comuns nesses casos. Os tumores mais recorrentes são os linfomas hepático, mediastinal, multicêntrico ou alimentar. Os pesquisadores não sabem ainda o mecanismo que o vírus utiliza para provocar tantas doenças no gato.
Tratamento
O tratamento da leucemia felina depende da forma de apresentação da doença. Pode ser de suporte para tratamento de sintomas como vômito e diarreia e antibióticos para infecções secundárias. Os anti-retrovirais que são eficazes contra a FeLV são de uso humano e não tem permissão para prescrição por médicos-veterinários. A imunoterapia e a quimioterapia são indicadas quando existem tumores. A suplementação vitamínica e o suporte alimentar são benéficos.
Sequelas
Não se aplica.
Prevenção
A prevenção da enfermidade consiste em não deixar o gato com acesso livre à rua, fazer a castração para evitar fugas, isolar os gatos positivos e vacinar gatos negativos que fazem parte do grupo de risco. Utilizar detergentes comuns, álcool, hipoclorito de sódio e vassoura de fogo é eficiente na limpeza e desinfecção de ambientes com animais não testados ou em aglomerações. Sem o uso desses produtos, o vírus sobrevive no ambiente por uma semana.
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