Buldogues francês e inglês, Pug, Pequinês, Boxer, Lhasa Apso, Boston Terrier e Shih-tzu são os animais que mais se beneficiam da rinoplastia em cães, a técnica cirúrgica que os auxilia a respirar melhor.
Os cães de raças braquicefálicas — as de focinho curto — têm se tornado os queridinhos no Brasil. Alegres, brincalhões e sempre bem-dispostos, eles vieram para ficar.
A braquicefalia é uma alteração do crânio do animal, principalmente na cartilagem e dos ossos nasais, selecionada por criadores. Há predisposição à hidrocefalia, aumento das dobras cutâneas, maior exposição ocular e dentes em posições inadequadas.
Os tutores de cachorros com o nariz achatado amam essa característica neles. Porém, esse encurtamento da narina leva a alguns problemas nas vias aéreas superiores, conhecida como síndrome do cão braquicefálico.
Também conhecida como síndrome respiratória dos braquicéfalos, é causada por alterações na anatomia do crânio de animais de focinho curto que acarretam importantes obstruções no nariz, impedindo o fluxo normal do ar até os pulmões.
Essa síndrome tem grande importância na veterinária devido ao alto potencial de levar o animal a óbito, sendo que sua gravidade varia de acordo com o número de alterações anatômicas e funcionais que o cão pode apresentar. Por isso, a rinoplastia é recomendada.
As alterações anatômicas podem apresentar-se em conjunto e são as seguintes: narinas estreitas, prolongamento do palato e hipoplasia da traqueia , eversão dos sacos laríngeos e estenose das narinas que pode ocorrer em 50% dos casos.
A resistência do ar nas vias aéreas superiores de cães não braquicefálicos é de 50 a 70%. Nos braquicefálicos, essa resistência é maior. O animal faz mais força para inspirar, e isso repuxa a mucosa e a torna hiperplásica (maior), o que acaba piorando a obstrução.
O encurtamento do focinho prejudica a função do órgão de respiração e termorregulação impedindo a correta oxigenação e equilíbrio térmico do sangue.
O prolongamento do palato mole diminui a amplitude da glote, uma vez que esse tecido fica apoiado sobre ela. Ocorre a vibração do tecido na glote e, por isso, ouvimos o ruído inspiratório característico dessas raças.
Os fatores de risco para animais braquicefálicos apresentarem piora da síndrome são obesidade, alergia, doenças no fígado e endócrinas que resultem em aumento de peso.
Não há preferência por sexo; machos e fêmeas são acometidos. Os filhotes já nascem com as narinas alteradas, porém a média de idade dos animais levados para avaliação veterinária é de dois a quatro anos, sendo a rinoplastia canina realizada nessa idade.
Como as alterações anatômicas dificultam a entrada de ar, observam-se sintomas relacionados ao sistema respiratório superior do cão acometido. Esses sintomas são exacerbados pelo exercício físico, quando eles ficam excitados e quando a temperatura ambiente está elevada.
Com isso, os cães apresentam muita dificuldade respiratória, com “roncos” principalmente na inspiração, intolerância ao exercício, regurgitação, língua roxa (cianose) e desmaios. Alguns cães passam a respirar pela boca, então, a rinoplastia em cães é recomendada para minimizar o sofrimento do animal.
Os casos de sufocamento ocorreram na maioria das vezes quando os cães estavam dormindo, devido ao relaxamento muscular e piora da obstrução das vias aéreas, resultando no óbito do animal.
Alguns pets podem apresentar vômito devido ao esforço da tosse, dificuldade ou dor ao se alimentar. Por isso, passam a recusar a comida, pois associam o ato de comer com passar mal.
Pode ocorrer cardiopatia e pneumopatia pelo esforço respiratório crônico. A hipertensão pulmonar é consequência da alteração respiratória e classificada como primária por estar relacionada com aumento das pressões nos vasos pulmonares causada pela insuficiência respiratória constante, podendo levar à dilatação e ao aumento do ventrículo direito da artéria pulmonar.
Por isso a avaliação cardiopulmonar deve ser feita criteriosamente nesses animais por um cardiologista veterinário.
Há casos de animais que desenvolveram alterações gastrointestinais devido à aerofagia (ato de engolir ar), como a dilatação esofágica e gástrica, dor ou dificuldade de engolir sólidos.
O diagnóstico da síndrome braquicefálica se dá pelo histórico de dificuldade respiratória, pela raça e pelo exame físico do cachorro, onde se evidencia a estenose das narinas.
No raio-x, é possível verificar a traqueia de tamanho menor que o normal. A endoscopia ou laringoscopia mostrará o prolongamento do palato e também a hipoplasia do órgão. No eletrocardiograma e no ecocardiograma se verificam as alterações cardíacas.
Para tratar essa doença, é possível realizar terapias que minimizem a falta de ar em um ambiente hospitalar. Essas terapias não realizam a cura das alterações anatômicas, mas, em casos de emergência, devem ser instituídas.
O tratamento definitivo dessa síndrome tem como objetivo desobstruir as vias aéreas superiores e deve iniciar por meio da cirurgia conhecida como rinoplastia em cães, que corrige a anormalidade das narinas.
Essa cirurgia é considerada uma cirurgia plástica. Ela é feita retirando-se de um terço a metade da borda livre da narina, abrindo espaço para o ar entrar no nariz sem que o animal faça força para inspirar.
A correção precoce da narina, aos três ou quatro meses de idade, pode prevenir as alterações secundárias com a hiperplasia da mucosa, a cardiopatia e pneumopatia, e prover bem estar animal, principalmente. Por isso, o quanto antes providenciarmos a rinoplastia em cães, melhor será para seu amigo seja saudável e realmente feliz.
Como é possível observar, é recomendado comprar animais de canis confiáveis e verificar as narinas do filhote antes da compra.
Caso você já seja tutor de um cãozinho braquicefálico, olhe para o nariz dele. Se achar que ele precisa da rinoplastia em cães ou ficou em dúvida, nos procure. A Seres vai te orientar da melhor forma possível e tratar seu amigo com muito amor!
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