PIF tem cura? Descubra tudo sobre a doença dos gatos
Publicado pela Equipe SERES | 03 setembro 2020
Você já ouviu falar em PIF? Esta é a sigla de Peritonite Infecciosa Felina, uma doença que acomete gatos de todas as idades. Embora não seja muito comum, é importante conhecê-la, pois ela até recentemente não tinha nenhuma chance de cura e ainda hoje pode levar o animal à morte. Saiba mais sobre PIF e descubra os sinais clínicos que o seu pet pode apresentar!
O que é a doença PIF?
Afinal, o que é PIF? A PIF de gato é uma doença causada por um coronavírus. Fique tranquilo, pois não há evidências científicas de que a doença PIF seja transmissível para humanos nem para cães. Contudo, como acomete os bichanos, é importante conhecê-la!
A manifestação da doença pode acontecer de duas maneiras. Na chamada PIF efusiva, o pet sofre com o acúmulo de líquido no espaço pleural (em volta do pulmão) e abdominal. Por ter a presença de líquido, ela pode ser chamada também de PIF úmida.
Já na PIF não efusiva há um crescimento de formações inflamatórias, chamadas de lesões piogranulomatosas. No geral, elas se desenvolvem em órgãos muito vascularizados e vão impedindo que eles funcionem. Como não há a presença de líquido, quando a doença se manifesta dessa forma ela também pode ser chamada de PIF seca.
A enfermidade é grave e pode até causar lesões no sistema nervoso central (SNC). Além disso, quando a fêmea gestante é acometida, os fetos correm risco de ser infectados. Se isso acontecer, é possível ocorrer morte fetal ou doença neonatal.
Como acontece a transmissão da doença?
Como você viu, a PIF felina é bastante complicada e causa lesões muito graves nos gatinhos. Para deixar a situação ainda mais complicada, a transmissão de um animal doente para o outro é comum.
Ela acontece por meio de mordidas de um gato doente em um saudável. Também há casos nos quais o felino contrai o coronavírus ao ter contato com o ambiente contaminado e até mesmo por usar uma caixa de areia que também foi usada por um pet doente.
Isso é possível pelo fato de o vírus ser eliminado pelas fezes, pois, após a infecção, o microrganismo se replica no epitélio intestinal. Além disso, há relatos de casos de transmissão viral das fêmeas gestantes para os fetos.
Há ainda uma outra forma de infecção: a mutação no coronavírus entérico, que os gatos normalmente abrigam no intestino. A mutação genética altera as proteínas de superfície do vírus, permitindo que ele passe a invadir células que antes não conseguia e se espalhe pelo organismo, dando origem à PIF.
Quais são os sintomas e sinais clínicos da PIF?
Os sinais clínicos podem variar bastante, de acordo com o local de acúmulo de líquido ou de aparecimento da lesão piogranulomatosa. No geral, o tutor pode identificar os sintomas de PIF, como:
- Aumento abdominal gradual;
- Febre;
- Vômito;
- Apatia;
- Perda de apetite;
- Diarreia;
- Letargia;
- Perda de peso;
- Convulsões;
- Sinais neurológicos,
- Icterícia.
Como esses sinais clínicos são comuns a diversas outras doenças que acometem os felinos, se o tutor notar qualquer um deles, deve levar o pet imediatamente ao médico-veterinário.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico de Peritonite Infecciosa Felina é feito com base no histórico do animal, nos achados clínicos (sintomas de PIF) e também no resultado de diversos exames. Dentre eles, o médico-veterinário pode solicitar:
- Hemograma completo;
- Análise das efusões abdominal e pleural;
- Imunohistoquímica;
- Bioquímica sérica;
- Testes sorológicos,
- Ultrassonografia abdominal, entre outros.
PIF tem cura? Qual o tratamento?
Afinal, PIF tem cura? Até muito recentemente a resposta seria não. Hoje, já há uma substância que, aplicada por via subcutânea, diariamente, por 12 semanas, impede a replicação viral e pode livrar o gato da PIF.
O remédio, porém, ainda não está licenciado em nenhum país do mundo, e os tutores têm conseguido acesso a ele pelo mercado ilegal, pagando muito caro pelo tratamento.
Independentemente de o tutor conseguir acesso ao fármaco, muitos animais exigirão toracocentese (drenagem do líquido do tórax) ou abdominocentese (drenagem do líquido do abdome), por exemplo, para quadros de PIF efusiva.
O uso de antibióticos, imunossupressores e antitérmicos também é comum. Além disso, o animal poderá receber suporte com fluidoterapia e fortalecimento nutricional.
Como evitar a doença?
Caso você tenha mais de um gatinho e um deles fique doente, o pet precisa ser isolado dos demais. O ambiente deve ser higienizado com frequência, e as caixas de areia, que eram usadas pelo pet doente, precisam ser inutilizadas.
Além disso, é preciso evitar que o seu pet tenha acesso à rua, para que ele não entre em contato com ambientes contaminados ou animais portadores da doença.
Embora a PIF não seja uma doença muito comum (a maioria dos gatos que toma contato com o coronavírus mutante consegue vencê-lo sem adoecer), ela merece muita atenção e cuidado. Portanto, se perceber algum sintoma, não deixe de procurar atendimento no Centro Veterinário Seres mais próximo de você!
Aqui você encontra artigos incríveis sobre saúde e cuidados que podem ajudar a melhorar o bem-estar de seu bichinho de estimação, seja qual for a espécie do pet. Afinal de contas, o nosso instinto é cuidar!
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