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O que causa a peritonite infecciosa felina?

Peritonite infecciosa felina: você já ouviu falar nesta doença? Caso nunca tenha escutado, provavelmente, conhece a chamada PIF, certo? PIF é a sigla de peritonite infecciosa felina, uma enfermidade muito complicada, que todo tutor de felino precisa prestar atenção. Descubra como ela acontece!

Peritonite infecciosa felina: descubra o que é essa doença

O que é peritonite infecciosa felina? É uma doença que pode acometer machos e fêmeas, causada por um coronavírus. Embora exista um tratamento já usado no Brasil, ele não é regulamentado. Consequentemente, a taxa de mortalidade é alta. 

Embora a PIF em gatos tenha distribuição mundial e possa afetar bichos de diferentes idades ou sexos, animais mais jovens e idosos costumam apresentar os sinais clínicos dessa doença com mais frequência.

O vírus causador da peritonite infecciosa é relativamente instável no ambiente. No entanto, quando presente em matéria orgânica ou superfície seca, o microrganismo pode permanecer infeccioso por até sete semanas! A transmissão se dá por meio da eliminação do vírus nas fezes do animal infectado.

O coronavírus felino não acomete pessoas

A peritonite infecciosa felina pega em humanos? Não! Embora a doença também seja causada por um coronavírus, ele não é transmissível, nem é o mesmo que acomete pessoas.

Assim, a peritonite felina não é uma zoonose, ou seja, esse vírus não é transmitido do pet para os humanos. Ao mesmo tempo, não é uma antropozoonose — as pessoas não o transmitem para os animais.

É importante recordar que o coronavírus é uma grande família viral. Dessa forma, o causador da peritonite infecciosa felina acomete apenas gatos e felinos selvagens.

Vírus da peritonite infecciosa felina

O causador da PIF é o coronavírus felino, que pertence à ordem Nidovirales. Esses vírus têm genoma de RNA de fita simples e envelopada. Assim como acontece nos demais vírus com essa característica, o coronavírus felino tem maior capacidade de se espalhar pelo organismo.

Isso ocorre devido às maiores chances de ele sofrer mutação (mudança na sequência de nucleotídeos do material genético). No coronavírus felino, as mutações foram identificadas em genes que codificam a proteína “S” (de espícula), que é uma das proteínas estruturais da partícula viral.

Acredita-se que essa transformação genética esteja diretamente relacionada ao desenvolvimento da doença. Contudo, ainda não é possível afirmar que apenas essa mutação seja responsável pela maior virulência ou se há outros fatores que influenciam o desencadeamento dos sinais clínicos da peritonite infecciosa felina.

Mutação x desenvolvimento da doença

A ação do vírus da PIF em gatos pode ser um pouco confusa, já que nem todos os animais positivos têm manifestações clínicas. Enquanto isso, os que desenvolvem os sinais, frequentemente, acabam morrendo. Por que isso acontece? A provável explicação está na mutação do vírus! 

Para ficar mais fácil de compreender, imagine que existem dois gatos, e ambos foram infectados com o coronavírus felino. Porém, apenas um deles desenvolveu a doença e morreu. 

Isso acontece porque o coronavírus do gato que apresentou a doença sofreu uma mutação no gene da proteína que citamos, a “S”. Isso fez com que a estrutura do vírus fosse alterada e, consequentemente, ele conseguisse invadir outras células do organismo.

Por que a mutação é importante?

Provavelmente, você está imaginando o motivo de ele causar a doença após sofrer essa mutação, não é? Estudos mostram que, após essa mutação genética acontecer, o vírus se torna ainda mais capaz de se replicar nos macrófagos (células de defesa do organismo) e nos enterócitos (células presentes no intestino).

Dessa forma, ele começa a se “espalhar” pelo organismo animal e, como tem tropismo pelas células do aparelho entérico e respiratório, passa a causar os sinais clínicos.

Sem contar que, como o macrófago (célula de defesa produzida pelo corpo do animal) está infectado, fica mais fácil para o vírus se espalhar pelo organismo do pet. Afinal, essa célula está presente em diferentes órgãos e tecidos.

Assim, podemos concluir que as possíveis mutações, associadas às respostas imunológicas (defesa) do corpo do animal, são responsáveis pelo desenvolvimento dos sinais clínicos da peritonite infecciosa.

É por isso que apenas um dos dois gatinhos usados no exemplo adoeceu. A mutação genética do vírus só ocorreu nele, ou seja, a proteína “S” do coronavírus foi naturalmente modificada apenas nesse animal.

Desenvolvimento da peritonite infecciosa felina

No início dos sinais clínicos, a doença pode não ser nem notada pelo tutor. O quadro tende a ser brando, e o bichano apresenta febre. Entretanto, quando a doença evolui, a peritonite infecciosa felina apresenta sintomas que podem ser notados pelo tutor de duas maneiras:

  • PIF efusiva (úmida);
  • PIF não efusiva (seca).

Na PIF efusiva, a doença evolui de forma que os vasos sanguíneos do animal sofrem um processo inflamatório. O resultado disso é a lesão nos vasos e, consequentemente, o acúmulo de líquido nas regiões do tórax e do abdômen, resultando em um aumento de volume. Além disso, a febre costuma ser intensa, e os animais não respondem ao antibiótico.

Já na PIF seca ou não efusiva, os órgãos torácicos e abdominais vão perdendo a função, devido à formação de granulomas inflamatórios. No geral, o tutor se queixa de que o animal não está se alimentando direito, apresentando queda de pelos.

Na PIF seca, também é comum que os felinos apresentem icterícia, que pode ser facilmente visualizada nas pálpebras e, em alguns casos, no nariz ou nos olhos.

Sinais clínicos da peritonite infecciosa felina

Quando desconfiar que o bichinho tem peritonite infecciosa felina? Saber isso pode ser um pouco complicado, visto que um pet acometido pela PIF tem manifestações clínicas diversificadas. Entre elas, o tutor poderá perceber:

  • febre;
  • anorexia;
  • aumento de volume abdominal;
  • perda de peso;
  • apatia;
  • pelagem áspera e opaca;
  • icterícia;
  • alterações variadas relacionadas ao órgão afetado;
  • sinais neurológicos, em casos mais graves.

Diagnóstico de PIF

O diagnóstico de PIF é difícil, já que o animal apresenta sinais clínicos variados. Por isso, além de perguntar sobre o histórico do animal e realizar o exame físico, o especialista pode solicitar exames complementares como:

  • testes sorológicos;
  • hemograma completo;
  • coleta e análise das efusões;
  • ultrassonografia abdominal;
  • biópsia.

Tratamento de peritonite infecciosa felina

No Brasil, a peritonite infecciosa felina tem tratamento suporte. Assim, o animal receberá os medicamentos necessários para que seja estabilizado. Fluidoterapia, apoio nutricional, remoção do líquido torácico (toracocentese) e abdominal (abdominocentese) podem ser adotados. 

Mas a peritonite infecciosa felina tem cura? A única medicação que pode ser usada para curar o animal é recente e ainda ilegal no Brasil. 

Há vacina para proteger o pet da PIF?

Embora exista uma vacina, a eficácia dela é um pouco contestada, por isso, o uso não costuma ser recomendado pelos médicos-veterinários. Assim, o controle da PIF acaba se tornando difícil. 

Caso um animal seja acometido, se a pessoa tiver mais de um bichinho em casa, vai precisar isolar o doente. Além disso, será preciso realizar a limpeza e a desinfecção do ambiente, das caminhas, das vasilhas, da caixinha de areia, entre outros.

Quando a pessoa tem apenas um animal de estimação, e o pet morre de PIF, é recomendado que ela faça uma quarentena, além da desinfecção ambiental, antes de pensar em uma nova adoção. 

No caso da fêmea infectada com o coronavírus estar gestante, é recomendado retirar os animais precocemente de perto da mãe e realizar o aleitamento artificial. Você sabe quais vacinas o bichano precisa tomar? Descubra

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Aqui você encontra artigos incríveis sobre saúde e cuidados que podem ajudar a melhorar o bem-estar de seu bichinho de estimação, seja qual for a espécie do pet. Afinal de contas, o nosso instinto é cuidar!

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