Pancreatite em gatos: entenda o que é a doença do pâncreas
Publicado pela Equipe SERES | 26 abril 2020
De acordo com dados recentes do IBGE, a população de gatos no Brasil já passou da marca de 22 milhões de bichanos. Por isso, cada vez mais tutores buscam ficar por dentro de possíveis problemas de saúde, sendo um deles a chamada pancreatite em gatos.
A infecção do pâncreas ainda é alvo de certo mistério, principalmente, se tratando da percepção de sintomas e causas da doença. Para que você possa entender melhor essas questões, separamos informações importantes sobre a pancreatite felina. Acompanhe!
Antes de tudo, é bom conhecer o pâncreas felino
O pâncreas dos felinos é um órgão delgado, em formato de v, que pesa menos de 230 gramas. Ele fica do lado direito do abdômen, na junção do estômago com o duodeno, a parte inicial do intestino.
Apesar de ser relativamente pequeno, a boa saúde de um gato depende do funcionamento adequado do pâncreas. Portanto, uma perda significativa da função pancreática coloca em risco a vida do pet.
Mas, afinal, qual é a função do pâncreas nos gatos? Um de seus papéis no organismo é produzir um conjunto de enzimas que são despejadas no intestino. Essas moléculas ajudam na digestão de lipídeos, carboidratos e proteínas.
Além disso, elas são armazenadas na forma inativa, só sendo ativadas pelo pH do lúmen intestinal. Imagine, agora, o que acontece se essas enzimas se ativam antes da hora?! Pois é, elas digerem o próprio órgão, causando uma inflamação, que é a pancreatite em felinos.
Entendendo melhor as causas da pancreatite em gatos
O que faz as enzimas se ativarem precocemente, e que pode ser a causa da doença, continua sendo um mistério.
Embora haja alguns fatores que já tenham sido associados ao aparecimento da pancreatite. São casos de traumas físicos, ingestão de inseticidas, parasitismo, reações adversas a medicamentos, doença inflamatória intestinal e infecções.
Diferentemente dos cães, obesidade e dietas com excesso de gordura não têm sido relacionadas a pancreatite em gatos. Siameses, no entanto, parecem apresentar o quadro com mais frequência, o que sugere uma possível predisposição genética para o problema.
Entretanto, em muitos animais, nenhum desses fatores aparece no histórico do paciente. Com isso, existe a suspeita de uma possível origem imunomediada da pancreatite.
Sinais clínicos da pancreatite em gatos
Os sintomas mais comuns da pancreatite em fase inicial são bastante inespecíficos. Por essa razão, é muito importante levar o pet ao médico-veterinário. Entre os sinais clínicos, pode-se observar:
- Letargia;
- Anorexia;
- Perda de peso;
- Diarreia;
- Aumento da frequência respiratória,
- Mucosas amareladas (ictéricas).
Além disso, diferentemente dos cães, apenas um terço dos gatos com pancreatite apresenta vômito, e um quarto, dor abdominal.
Diferenças entre a pancreatite crônica e aguda
Os gatos podem apresentar quadros de pancreatite aguda e repentina. Mas também apresentam quadros crônicos, que se arrastam por anos, com manifestações clínicas leves e sem diagnóstico.
O problema é que a pancreatite crônica acaba matando o pâncreas lentamente. Em certo momento, o paciente não consegue mais produzir as enzimas que auxiliam na digestão — doença chamada IPE, Insuficiência Pancreática Exócrina — nem a insulina, que também é fabricada no pâncreas, podendo ficar diabético.
Diagnóstico veterinário da doença
Para diagnosticar a pancreatite no gato, o veterinário precisa investigar o histórico e a rotina do animal, além disso, fazer uma avaliação física completa, coletar amostra de sangue e submeter o gato ao exame ultrassonográfico do abdômen.
No entanto, os exames muitas vezes não apontam diretamente para a pancreatite, mas servem para descartar outras doenças. O ultrassom costuma ser mais sensível e específico, porém, ainda assim, nem sempre é suficiente para o diagnóstico.
O que se sugere diante de um paciente com sinais clínicos e exame ultrassonográfico sugestivos, é a aferição das enzimas amilase e lipase no sangue. Além disso, o especialista pode solicitar um teste para medir no sangue a enzima produzida apenas pelo pâncreas.
Como é o tratamento da pancreatite felina
A pancreatite em gatos em tratamento demanda alguns cuidados hospitalares, como:
- Controle de dores ou desconforto;
- Diminuição da náusea, mesmo que não haja vômito;
- Controle de possíveis casos de diarreia;
- Administração de antioxidantes, para reduzir danos da inflamação;
- Adoção de uma dieta para gatos com pancreatite;
- Fluidoterapia,
- Administração de vitamina B12, porque o pâncreas é necessário na sua absorção.
O desfecho de casos da doença aguda, ainda assim, é muito variável. Alguns casos de pancreatite felina têm cura, os pets respondem bem ao tratamento e logo ficam assintomáticos.
Contudo, há gatos que perdem tecido pancreático e se tornam diabéticos ou desenvolvem a IPE. Já em casos mais extremos, infelizmente, o animal pode não resistir à doença.
Portanto, diante de sinais inespecíficos, não espere o quadro se agravar. Procure o especialista para um diagnóstico preciso da pancreatite em gatos. No Centro Veterinário Seres, você encontra o atendimento ideal para seu gatinho!
Aqui você encontra artigos incríveis sobre saúde e cuidados que podem ajudar a melhorar o bem-estar de seu bichinho de estimação, seja qual for a espécie do pet. Afinal de contas, o nosso instinto é cuidar!
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